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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

MANDOU OU NÃO MANDOU?



uma semana a pergunta de um amigo, Anderson (Deus te abençoe!), me deixou encasquetado… 

Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei a carne.  Pois não falei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem.”
 
                                                   Jr 7 21-23

     Como não? E o que a nação estava fazendo? Estava errado até àquele dia?

     Vamos nos prender ao contexto inicial, quando isso foi dito pelo profeta Jeremias…
1. O território israelita era um território disputado por babilônicos e egípcios, território esse, que seria conquistado mais tarde por babilônicos.
2. Jeremias “pressentia” (através dos oráculos proféticos de Deus) a chegadas dos babilônicos bem antes do povo se aperceber disso. Povo esse que não estava muito aí para as profecias de Jeremias.
3. O pano de fundo para o para as profecias de Jeremias então, é a batalha entre a adoração idólatra aos deuses estrangeiros e a adoração ao Senhor.
4. Nos capítulos iniciais do livro (até o 7) Jeremias exorta Judá a arrepender-se e evitar o castigo de Deus
5. Fundamentalmente do capítulo 7 em diante (até o 10) mostra os oráculos de Deus em especial sobre o julgamento de Judá. Mais especificamente no capítulo 7 ao 10, fala da liberdade do Senhor em para julgar o seu povo.

(Para um entendimento mais completo… leia Jeremias Cap 1 à 10)

Esse é pano de fundo…

     No capítulo 7 notaremos que Jeremias está falando fundamentalmente:
1. Que o templo não protegerá a nação iníqua
2. Que a intercessão dele (o profeta) não salvaria o povo rebelde
3. Que Judá é rejeitado por Deus

Pois bem…

     Jeremias se põe a porta do templo para falar tudo isso que o contexto já nos mostra, a sua palavra (deJeremias) acabava tendo muito peso, uma vez que ele era um sacerdote. Estudiosos apontam que Jeremias profetizava no tempo em uma das festas judaicas (Pães Asmos, Sega ou Colheita), uma vez que todo o povo de Israel estava presente a estas festas. A mensagem de Jeremias era: “endireitem os seus caminhos ou vocês não terão direito a esta terra e sofrerão as consequências de seus atos(paráfrase minha).
     A confiança de todo o povo estava em falsas declarações, certamente da parte dos sacerdotes. O povo acreditava que por estar presente no templo do Senhor e acreditar em todas as palavras que lá eram proferidas já seria suficiente para adorar à Deus (o que pode ser percebido no v. 4 e 8), mas suas atitudes estavam longe de uma verdadeira adoração (v.9 e 10). Acreditavam inclusive estarem salvos. Uma falsa adoração que produzia uma falsa segurança.
     Quanto a citação à Siló (v12, 14), este era o lugar central da adoração para Israel antes de Davi instituir Jerusalém como capital, a lembrança a ela, se dava porque ela não existira mais (provavelmente teria sido destruída pelos filisteus), e que fazia alusão ao lugar onde Deus era adorado, mas que não escapou ao seu justo juízo.
Nesses versículos (1 à 15) Jeremias profetiza sobre a equivocada confiança dos homens de Israel no templo, no lugar da adoração, no tabernáculo que se buscava ao Senhor, na casa que se chama pelo seu nome, quando as reais atitudes (v. 9) estavam mascaradas por uma falsa adoração.
     Os versículos 16 ao 20, estão exortações a Jeremias para não importuná-lo (ao Senhor) com suas orações, porque as atitudes do povo (pais, filhos e mulheres, ou seja, famílias inteiras) estão mais voltadas a adoração de outros deuses, como à Rainha do Céus, (referência à deusa Istar, deusa babilônica da guerra e da fertilidade) do que ao verdadeiro Deus.
     Isso tudo é um pouco mais do pano de fundo onde a nossa história se desenvolve.
Não fica difícil descobrir que a confiança dos homens (e das famílias) daquela época estava apenas em rituais sem sentido prático da verdadeira adoração ao Senhor, no templo e fora dele, quando na verdade a verdadeira adoração estava de fato longe de seus corações.
A partir do versículo 21 Deus se expressa de maneira mais enfática quanto a isso.
     Sacríficios ritualísticos desacompanhados de uma adoração interna verdadeira não interessavam à Deus. Que eles fizessem com os sacrifícios aquilo que quisessem! Até comê-los, se os oferecessem daquela maneira. Não tinha importância para Deus!
     Isso era muito impactante para o povo, uma vez que o sistema de sacrifícios revelado a Moisés no deserto ao saírem do Egito, ainda estavam em vigor… é aqui que surge o problema… se estavam em vigor, como Deus diz que nada falou a respeito desses holocaustos e sacrifícios?
    Segundo Champlin (pag 3009) “Alguns dizem que Jeremias não eliminou o que era sacrificial, ritual e cerimonial, mas percebeu que essas coisas eram inteiramente inúteis; e, na nação de Judá de seu tempo, eram realmente fúteis.”
Note! Aqueles sacrifícios eram inúteis! Ele continua:

     Naturalmente, deveria ser uma obediência prestada de coração, e não um mero zelo em cumprir os deveres determinados por Moisés.”

     Uma vez que os sacrifícios ritualísticos de animais prefiguravam um Cristo morto pelos pecados, alguns estudiosos, apontam para um Jeremias de fato focado, não no ato religioso em si, mas na mudança que deveria ser mais interna do que exterior através desses rituais. (vai saber…)

     Trazer a tona que esse pensamento de Jr 7.22 é literal, de que ele (e o próprio Deus) descarta tais aspectos sacrificiais significa dizer, em muitos aspectos, que o sistema sacrificial do antigo testamento estaria equivocado, uma vez que foi instituído por homens e não por Deus.
     Dizer que a retórica de Jeremias é literal, seria também trazer a baila o equívoco de que tais sacríficos também não podem prefigurar a morte do Cristo em favor dos pecadores perdidos conforme o Novo Testamento, uma vez que este mesmo admite as ordenanças divinas sobre sacrifícios, mas os vê como uma fé primitiva que prefigurava a substância da verdadeira espiritualidade em Cristo.
    Para chegarmos a uma concordância sem ferir o texto bíblico (e quem sabe, salvar Jeremias de blasfêmia ou heresia), podemos dizer que:
1. Os sacrifícios não eram a “principal” questão em vista.
2. Os “sacrifícios de seus dias” eram fúteis, e que ele não estava atacando sacrifícios históricos.
3. Os sacrifícios de animais só são aceitáveis quando acompanhados por uma fé de todo o coração, vinculada à obediência moral à lei mosaica.

     A terceira opção equivaleria dizer que Jeremias estava centrado em uma compreensão cristã da lei de Moisés, o que é muito plausível…. E “sinistro”…
A compreensão do texto não é trivial… Porém...

    Note outros autores bíblicos que tiveram o mesmo pensamento e revelações, também professaram ideias similares orientados pelo mesmo Deus que Jeremias.
    Note as expressões: “Ouvi a Palavra do Senhor” em Is 1:10, Os 4: 1 e “Ouvi ,agora, o que diz o Senhor” em Mq 6.1, que traz em si a veracidade das afirmações, e para quem ela é endereçada em Is 1:10 em Os 6: 4 e em Mq 6: 3, perceba a semelhança com a mensagem de Jeremias… é incrível!!)

Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.”
(Is 1: 10-15)


Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto; nisso eles se portaram aleivosamente contra mim. Gileade é cidade de malfeitores, está manchada de sangue. Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho para Siquém; sim, cometem a vilania. Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel; ali está a prostituição de Efraim; Israel está contaminado. Também para ti, ó Judá, está determinada uma ceifa” (Os 6: 6-11)


Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6: 6-8)



Incrível, não!?

Pois bem! Como conclusão…

     Podemos entender que a mensagem de Jeremias pode muito bem ter sido endereçada a uma época e realidade em especial, assim como foi a mensagem de outros profetas igualmente controversa. Jeremias (e os outros) podiam não estar querendo abolir a lei em si ou o sistema sacrificial, mas estava a censurar a atitude pecaminosa com que o povo e os sacerdotes conduziam a nação a uma adoração idólatra e apóstata, o que obviamente, desagradava ao Senhor (afinal todos eles falaram, com palavras do próprio Deus).

     Por outro lado…

     Podemos concluir, que de fato, Jeremias era um hebreu radical e devemos tomar o texto como literal, como se o profeta tivesse tido, de fato, uma espécie de revelação maior (essa sim, tipicamente cristológica) que todos aqueles sacrifícios mosaicos, não prefiguravam uma adoração verdadeira (e diante da apostasia, ainda menos). Talvez a declaração de I Sam 15:22 de que “obedecer é melhor do que o sacrificar” seja a melhor relação na sua declaração.

     Independente de qualquer conclusão que escolhamos, seja a de que Jeremias estava sendo pontual no seu tempo e situação em sua colocação do v. 22 ou que realmente ele estava sendo radical com relação ao sistema sacrificial mosaico, por intermédio de uma revelação do próprio Deus… lembremos….

    O importante no texto não é exatamente se Deus deu ou não ordenanças sobre os holocaustos e sacrifícios, mas que a apostasia e a adoração a outros deuses deve sempre ser combatida através da verdade expressa na Palavra do Senhor!

Obrigado Anderson!

Bons estudos!

Fernando e Isabella

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

MORRE OU NÃO MORRE?



A MORTE FOGE?
(Ap 9: 1-12; 16: 10,11)

Se algo parece absurdo...é por que provavelmente é absurdo! Principalmente quando se trata do livro de Apocalipse. O livro mais emblemático e alegórico da Bíblia certamente é esse. Dentre todas as alegorias da Bíblia, passamos por um dragão, cavaleiros de quatro cores diferentes, quatro seres viventes, vinte e quatro anciãos, uma besta com sete cabeças e dez chifres e outra com apenas dois, todas essas figuras de linguagem são sui generis, mas certamente uma criatura que sai de um poço aberto por uma estrela que cai do céu de onde gafanhotos saem por entre uma fumaça de uma fornalha que sai do poço, esses gafanhotos se parecem com um cavalos preparados para a guerra, cabeça de homem e cabelos de mulher, sobre a cabeça uma coroa que parece ser de ouro e seus dentes são como de leão, suas couraças de ferro e o barulho das asas pareciam com carros de cavalos quando vão à guerra e como se não bastasse....uma cauda de escorpião para causar sofrimento... A figura se parece com a imagem:
É inacreditável que isso seja real...e para dizer o mínimo, absurdo!
Bom...se parece absurdo... é por que é absurdo! Tal figura, assim como as outras, não pode em absoluto ser entendida de forma literal, imaginar uma estrela caindo e abrindo um buraco no chão e um grande número dessas criaturas saindo para atormentar seres humanos parece ser surreal. Mas é um fato! Acontecerá. Então como entende-la?
Vamos devagar entendendo cada característica em particular dessa criatura e do que ela faz e por quem ela faz o que faz...
“Estamos” em um períodos da grande tribulação onde a igreja foi arrebatada, o anticristo ressurreto pór prodígios malignos assume o poder mundial e é possuído pelo próprio Satanás e uma perseguição sem medida é empreendida pelo governo do anticristo a todos os cristãos...
O capítulo 9: 1 diz: “....estrela caída do céu na terra...”
Perceber que a estrela que cai não é outra figura senão a de Satanás
“​Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
​Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; ​subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
​Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo.” Is 14: 12-15

Ainda mais que isso, apocalipse mostra a simbologia das estrelas como sinônimo de lideranças (Ap 1:20), nesse caso, uma liderança mundial e terrena. Note que a estrela não vem de dentro do abismo e sim de um espaço acima da terra. Como Isaías deixa claro que não é do céu (espiritual), já que Satanás foi expulso de lá, sobre apenas sobra apenas o céu da terra que o anticristo domina.

Apocalipse 9:1 diz:
“...foi-lhe dada a chave do poço do abismo...”
               
Dois conceitos aqui são importantes: chave e abismo. Satanás recebe uma chave, a saber a chave do abismo. O abismo é tão somente o reino de morte. Alguns estudiosos dizem que a referência está na mitologia pagã romana e grega que colocava esse mundo subterrâneo (cujo deus era Plutão – na mitologia romana e Hades – na mitologia grega) no subsolo do mundo humano (inferno ou abismo), assim como,  o mundo de deuses bons (cujo deus era Júpiter – na mitologia romana e Zeus - na mitologia grega) estavam localizados acima do mundo humano (ou no céu). A referência ao inferno está arraigada na nossa cultura... Deus está no céu entre as nuvens e o Diabo no inferno num mundo subterrâneo abaixo do chão. O Inferno é também chamado na Bíblia de Hades ou Sheol.
Paulo quando se dirigia aos Romanos, faz a citação a um povo que estava acostumado com a relação:

“Mas a justiça que vem da fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo;) ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a fazer subir a Cristo dentre os mortos).“ Rm 10:6,7

Portanto, o abismo é uma espécie de reino de Satanás, cujo poder é dado a Satanás, contudo apenas sob a autorização de Jesus, aquele que tem a chave da morte e do inferno nas suas mãos (Ap 1:18).

Entramos aqui em um ponto que parece ser polêmico e controverso, contudo, um olhar mais apurado sobre o texto revelará que não há um contrassenso, mas uma concordância tão perfeita, que apenas é encontrada em textos bíblicos. O “problema” está no texto que diz que Jesus tem a chave da morte e do inferno nas mãos:
 “...e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.” Ap 1:8

A palavra chave tem o significado de autoridade e poder (Mt 16:19; Is 22:22; Lc 11:52). O próprio Jesus em Ap 3:7 é conhecido como aquele que tem a chave de Davi, aquele que abre e ninguém fecha, o que fecha e ninguém abre. Poder e autoridade!
Não sem razão, Jesus é aquele que tem a chave da morte e do inferno, pois toda autoridade e poder sobre essas coisas estão em suas mãos. Dizer que Jesus tem a chave da morte e do inferno é dizer exatamente isso. A ação da morte e do inferno está limitada pelo poderio daquele que tem a chave. Jesus!

A ação e poderio demoníaco de Satanás sobre o inferno passa sempre pelo crivo de Deus, em todo o tempo! Agir no mundo com essa ação demoníaca é sempre dada por concessão de Deus e não por merecimento do Diabo. Em outras palavras a ação dos demônios e entidades malignas são limitadas pela permissão de Deus. Observe a vida de Jó, tudo Satanás poderia fazer (e fez) mas sua vida não foi tocada. Por ordem de Deus.
Resumindo: O Diabo é alguém que não manda nem na casa dele!

A fim de cumprir os propósitos de Deus Pai a chave do abismo é dada ao Diabo. Note que a chave não é dele, mas foi-lhe dada! Isso mostra exatamente o que foi dito anteriormente. A ação de Satanás em abrir o poço do abismo é uma concessão que foi dada por Deus apenas para cumprir um propósito é por isso por que foi-lhe dada a chave. E o poder sobre o abismo, por um tempo, foi dado ao Diabo.
Um propósito Deus tem em vista: a purificação!

“E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha...”
           
Após ser aberto, de dentro do poço do abismo, sobe fumaça! Aqui aparece outra referencia muito importante. A fornalha.
            A fornalha tinha diversas funções, cozimento de alimentos, queimar ossos de mortos, lareira, os babilonicos até como instrumento de tortura (Dn 3:6). Esse é o sentido literal. Contudo apocalipse não fala da fornalha em sentido literal...
            Falar de fornalha em sentido figurado é o mesmo que falar em sofrimento (Dt 4: 20, 1 Rs 8: 51; Jr 11:4) e principalmente de purificação (Is 48: 10; Ez 22: 18-22)
            A purificação era executada em fornalhas onde o metal “impuro” era colocado em uma espécie de recipiente de metal e era levado a fornalha para ser aquecido... as substâncias que possuiam uma temperatura de evaporação mais baixa evaporariam primeiro, ficando no recipiente apenas substâncias mais puras (ou menos impuras). As impurezas eram retiradas, conforme aumentava-se o calor da fornalha, restando dessa forma, apenas substâncias mais puras (ou menos impuras) no recipiente.

Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra...” Ap 9: 3

            Depois de descortinar o pano de fundo desse evento cataclísmico, aparecem as criaturas descritas no inicio desse texto... Gafanhotos...
            Não é preciso ser um bom entendedor para saber o significado de gafanhotos na Bíblia... Destruição!
            Estamos falando das portas do inferno abertas, e sob o comando, poder e autoridade do próprio Satanás hostes infernais são liberadas vindo por dentro da fumaça da fornalha. Nada mais devastador!
Os gafanhotos além de serem sinônimo de destruição são sinônimos de quantidade. A referência ao tipo desses gafanhotos é a locusta, uma espécie de gafanhotos que migram aos milhões nas regiões desérticas em nuvens levadas pelos ventos. Em 1958, na África, um avião estimou uma nuvem desses gafanhotos com cerca de 640 km. O prejuízo causado pelos insetos foi de cerca de 30 milhões de dólares. O equivalente a 2 anos de colheitas.
Além da destruição, a referência a esse tipo especial de gafanhoto (locusta) está na grande quantidade de indivíduos e que não se pode parar ou mesmo contar.
           
“...e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.” Ap 9: 3
           
Como se não bastasse a destruição de milhões de entidades demoníacas vindas do inferno, esses gafanhotos tem um poder em especial... o mesmo dos escorpiões.
Claro que os escorpiões tem o poder de matar uma pessoa, principalmente se esta for uma criança, mas o que está em foco aqui não é a capacidade de trazer a morte e sim  a capacidade de trazer a dor!
Segundo o Dr. Drauzio Varella os sintomas de uma picada de escorpião são: “...Dor intensa, sensação de ardência ou agulhadas, inflamação no local... Nos casos mais graves, pode acarretar aumento da frequência cardíaca, suores, enjoos, dificuldade para respirar, queda de pressão. Geralmente, as crianças ficam inquietas e apresentam movimentos descoordenados.”
Não é sem razão a comparação, caso você esteja lendo esse texto e já tenho tomado uma ferroada do animalzinho, saberá exatamente qual a sensação!
O fato é que o texto de Ap 9:5 diz que a função desses demônios não é causar a morte, mas tão somente dor e tormento. Lucas 10:19 faz uma analogia aos escorpiões como hostes espirituais demoníacas.

“Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.”

RESUMINDO: O anticristo depois de ressurreto tem o poderio político, militar e religioso do mundo, e possuído por Satanás. Como se não bastasse ter o poder sobre o mundo, tem agora toda autoridade e poder para abrir as portas do inferno a entidades satânicas que tem a liberdade de atormentar com dores sobremodo angustiantes...

“Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma...”Ap 9:4

            Há um “alvo” determinado para os enviados do inferno e esse “alvo” não é o mundo físico (pelo menos, não agora), os danos não são extensivos a uma classe de pessoas...
“...mas somente aos homens que não têm na fronte o selo de Deus.” Ap 9:4

            Se por um lado, durante esse período da Tribulação, o anticristo empreende uma perseguição aos cristãos de todo o mundo, ao mesmo tempo o inferno tem a permissão de perseguir aqueles que não tem o selo de Deus para purificar a terra.
            Mais dois “problemas” aparecem aqui....o primeiro: “Quem são estes que tem o selo de Deus?” O segundo: “Uns foram separados para a condenação e outros para a salvação?”
            Uma análise mais minuciosa nos revelará a verdade por detrás dessas perguntas....
            A Bíblia nos fala de 140.000 selados em Israel (Ap 7:3; 14:1), e como já falamos...não são somente estes que serão salvos ou mesmo livres de sofrerem (já discorremos sobre isso anteriormente). Então, falarmos que apenas estes serão livres de tormentos demoníacos de Ap 9, seria separar uma classe especial de pessoas separadas para alcançar misericórdia em detrimento de outra classe de separada para aguentar a ira de Deus. Esses indivíduos seriam melhores do que aqueles, e isso não está correto! Pois encerrados debaixo da desobediência a vontade de Deus é que todos alcancem misericórdia....
“Pois, assim como vós outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada.
Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.” Rm 11:30-32

            Portanto não estamos falando de uma classe de pessoas especiais, mas de todos aqueles que mesmo diante da tribulação no mundo permanecem dando testemunho do lado que escolheram. Esses não serão perseguidos por esses tormentos.... por motivos que veremos mais adiante...
            A ideia central está focada em trazer purificação as pessoas na terra que não tem a marca de Deus e não juízo sem antes dar-lhes a oportunidade de alcançarem a misericórdia. Note que a ação dos gafanhotos que sobem na fumaça que vem do poço do abismo é para os que não pertencem à Deus! Deus tem os seus desígnios perfeitos em permitir a ação de Satanás entregando a chave ao nosso inimigo e abrir o poço.... Os desígnio de Deus é dar misericórdia àqueles que ainda não a alcançaram... mas agora passando pela fornalha de uma purificação.... pelo fogo....
O mais interessante dessa passagem apocalíptica é que as características peculiares desses demônios (rosto, asas, cabelos, etc), não são dadas antes que o autor de Apocalipse diga que....
“Naqueles dias os homens buscarão a morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.” Ap 9:6
           
            Como eu já ouvi muitas pessoas dizerem: “...o sofrimento será tão grande que pular de um prédio de 10 andares, ser atropelado por um trem ou dar um tiro na cabeça, não causará a morte... ela fugirá de nós...”
Como diria minha professora da 3ª série.... “Inteligência rara!”
Pelo menos eu... acredito até a parte que o sofrimento será grande...!
Se uma coisa parece que é absurda... é porque ela é absurda! E não deve ser entendida de maneira literal!
Pense comigo: A vida segue o seu curso normal, nascemos, crescemos e morremos... contudo, de repente, não mais que de repente... temos super homens? Pessoas imortais? Corta-se uma cabeça e milagrosamente ela volta para o lugar? Isso, para não dizer outra coisa, é no mínimo absurdo!
Caro irmão, acordar cedo é difícil...ganhar o pão de cada dia é difícil...enfrentar as dificuldades da vida é difícil... manter uma vida de oração, estudo da Palavra e santidade em meio a um mundo corrupto e pecador é difícil...morrer? É a coisa mais fácil que existe!
Não é preciso ir muito longe para percebermos que em meio a características de demônios que saem do abismo, nos deparamos com uma característica particular daqueles que são atormentados por estes seres infernais. Essa característica é a de não tem à Jesus como Senhor de suas vidas no período tribulacional.
Sem ferir o texto, nos é mostrado um intenso desejo suicida da parte daqueles que não tem o selo de Deus. Um desejo tamanho, a ponto dessas pessoas buscarem avidamente a morte. Isso é muito claro quando o texto diz: “...os homens buscarão a morte...” ou ainda “...desejarão morrer...”. Mas a questão é: “...como não encontrá-la?”. “Como achar um modo... um método... uma maneira de extinguir o sofrimento... um jeito de “morrer”?
Lembro-me muito bem de uma frase que ouvi, ainda quando ainda não tinha aceitado à Jesus como Senhor da minha vida... “Você tem um vazio existencial dentro de você, que somente Deus poderá preencher!”. Foi como uma flecha!
Estamos falando de pessoas que são atormentadas por espíritos malignos destruidores (gafanhotos) enviados diretamente do inferno com todo o poder e liberalidade, não para as matar, mas tão somente para atormenta-las com “dores” extremas como as de uma ferroada de escorpião. Essas dores não são físicas, são dores causadas por um vazio existencial existente dentro delas mesmas que a cada dia, essas pessoas sem Cristo, vão se matando um pouco. Entretanto, a morte que não vem.  Há uma grande dor, que elas pensam que será preenchida se puderem ter mais mulheres, mais homens, mais dinheiro, mais fama, mais poder, mais prostituição, mais álcool, mais drogas, mais beleza, mais status social, porém, esse tormento que é vindo do inferno, é o tormento de um grande vazio existencial dentro delas mesmas que nunca é preenchido.... tais pessoas querem buscam a morte deste grande vazio dentro delas mesmas e que não o encontram. Isso é procurar a morte e não a achar! O que esses seres humanos da tribulação procuram é acabar com o sofrimento, a morte que essas pessoas querem, é a morte de um sofrimento que pode ser resolvido apenas por Deus!
Pelo amor e a imensa misericórdia de Deus, essas pessoas que não aceitaram a Cristo durante a grande tribulação, ainda assim, serão alvos da misericórdia de Deus, e mesmo através da dor de uma fornalha ardendo em chamas para purificação, o Senhor quer mostrar a Sua misericórdia a elas. A morte que essas pessoas procuram não é física, mas é a morte para que todo esse tormento vindo do inferno, cesse!
Todavia, estamos falando de um período da história da humanidade onde não haverá a presença do Espírito Santo de Deus, aquele que consola e convence o homem de seu pecado, agindo sobre a terra, e as características particulares dessas criaturas tão emblemáticas mostram como o tormento desses seres infernais faz com que as pessoas sejam levadas a todos os caminhos, exceto o de Deus!
O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja...” Ap 9:7

            As características desses seres podem passar desapercebidos aos mais desavisados, mas carregam em si aspectos intrinsecos destas criaturas infernais.
            Cavalos preparados para a peleja remetem a ideia de conflito armado. Em toda a história da humanidade os cavalos tiveram um papel muito importante, principalmente nas guerras. Uma força de cavalaria era de extrema importância a um exército armado em conflito. A infantaria e a cavalaria formavam a linha de frente de uma força militar terrestre. A cavalaria (homens montados) servia como apoio à infantaria (homens a pé). A cavalaria caracterizava-se pelo poder de choque e força contra o oponente, uma vez que um homem combatendo montado num cavalo tinha também a vantagem de uma maior altura, velocidade e massa inercial sobre um oponente a pé. Outro elemento da guerra a cavalo era o impacto psicológico que um soldado montado poderia infligir sobre um oponente. Por ser uma força de choque as armaduras (preparação dos cavalos) eram de importância capital(elas eram de ferro como veremos adiante).
            Assim, essas características mostram que os seres demoníacos vindos do poço do abismo, estão preparados para uma guerra, onde a maior arma (dessa característica em particular) é a força e o impacto psicológico que o porte do cavalo, armadura e porte podem causar.
            Não precisamos ir muito longe e perceber que a intimidação pela força é uma das principais armas do inimigo de nossas almas. Imagine alguém que está envolvido, por exemplo, em rituais de candomblé ou umbanda, que, por um motivo qualquer quer abandonar tais práticas, muitas vezes essa pessoa é coagida a permanecer na prática pagã, não por que quer permanecer lá, mas porque, pela força é ameaçado” “...se você sair o espírito tal irá te matar...”, “caso você saia uma doença acometerá sua vida...”. Ameaças! Como um cavalo e sua armadura intimidam o inimigo que intenta contra os seus interesses.
            “...na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro...” Ap 9:7

            Se há um símbolo que representa a realeza, esse símbolo certamente é a coroa! Portanto, a simbologia da coroa está relacionando estes seres demoníacos com a autoridade soberana para atormentar aqueles que não tem o selo de Deus. Todavia, o interessante aqui, é que essa autoridade e suposta soberania de um rei não é legítima! Pois a coroa não é de ouro...ela parece de ouro! Num primeiro momento, João parece estar em dúvida sobre a autenticidade do metal de que é feito as coroas das criaturas. Note a diferença com uma outra coroa...

​“Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada.” Ap 14:14

Agora, com a declaração de João quando ele vê Jesus e nota que Cristo usa um cinto...

“... e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.” Ap 1:13

 A visão da autenticidade do material da coroa e da cinta de Jesus não é contestada. Não parece ouro... é de ouro! Ele sabe exatamente o que é ouro!
Outros exemplos estão em Ap 1: 12; 4:4; 5:8; 8:3; 9:13; 15:6.
João está tão acostumado com o metal que sabe, diferenciar o simples ouro de ouro puro, quando descreve sua visão dos muros e a praça da Jerusalém Celestial:

“A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido.”Ap 21:18

“As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.” Ap 21:21

O termo de Ap 9:7 parece ser sem sentido, mas e de sumária importancia. Não é ouro... só parece! A visão de João mostra outra característica, como alguém que vê uma bijuteria e sabe exatamente que não é ouro, mas mostra uma falsa soberania que tem esses seres demoníacos.
Durante a tribulação as pessoas que não possuem o selo de Deus aceitarão o tormento vindo do inferno como sendo legítimo. Diferente de João, tais pessoas não vão conseguir diferenciar a falsa coroa que é posta sobre a cabeça das criaturas, e acabarão por aceitar que o sofrimento é legitimo! Deus tenha misericórdia!

“...e os seus rostos eram como rostos de homens.” Ap 9:7

            O versículo 7 acaba com a declaração de que seus rostos são de homem... Chegarmos a uma conclusão exata do que significa rosto de homem não é fácil... mas, falar em rosto de homem é falar principalmente em humanidade.
Quando Jesus é chamado de filho do homem, a titulação refere-se tão somente à sua natureza humana (...sem descartar a sua natureza divina – 100% homem e 100% Deus!)
Perceba que estamos falando de características desses seres que atormentarão aqueles que não tem o selo de Deus, e uma dessas características é: a humanidade.
A humanidade não aparenta é nada que é sobrenatural (pelo menos... não no início), o tormento dessas pessoas veem de situações, vem de circunstâncias, vem de momentos, mas também virão através de pessoas.
Alguém atormentado por um espírito maligno, resolve matar crianças em uma escola... A situação parece estranha?
Em 11 de junho de 1964, no dia de seu aniversário de 42 anos, Walter Seifert invadiu uma escola primária católica localizada em Colônia, na Alemanha e matou oitos estudantes e dois professores. Ao sair do local do crime, Seifert ingeriu inseticida e faleceu no dia seguinte devido ao seu próprio envenenamento.
Os alunos da Universidade do Texas, presenciaram um dos piores ataques à escolas do País. Ocorrido no dia 1º de agosto de 1966, e protagonizado por Charles Whitman, um antigo major da marinha (fuzileiro naval) e estudante desta universidade. Whitman subiu numa torre e começou a atirar fazendo dezenas de vítimas. Só parou quando foi morto por policiais.
Marc Lepine, de 25 anos, matou 14 mulheres e feriu mais 13 pessoas, além de tirar sua própria vida no dia 6 de dezembro de 1989 no pior massacre escolar da história do Canadá. 
O massacre de Columbine aconteceu no dia 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris, de 18 anos, e Dylan Klebold, de 17 anos, mataram e feriram diversos alunos e professores. O grande final ocorreu quando os dois se suicidaram.
Após ser expulso da escola onde estudava, Robert Steinhäuser, de 19 anos de idade, voltou a sua antiga escola para se vingar e matou 13 professores, dois estudantes e um policial. O que passava na cabeça do rapaz ninguém sabe, pois ele se matou após o atentado ocorrido em 26 de Abril de 2002 na Alemanha.
Em 13 de março de 1996, Thomas Hamilton matou 16 crianças e um professor em um jardim de infância de Dunblane, na Escócia. Depois do feito, o assassino cometeu suicídio. 
O sul-coreano Cho Seung-hui, de 23 anos de idade, foi o responsável pelo pior massacre em uma universidade americana. No dia 16 de abril de 2007, munido com duas armas o jovem entrou atirando no campus da universidade fazendo 32 vítimas fatais. Logo após, Cho Seung-hui tirou sua própria vida.
Terroristas chechenos colocaram explosivos no prédio da Escola Número Um, da cidade russa de Beslan, na Ossétia do Norte e, fizeram mais de 1200 reféns entre crianças e adultos no dia 1 de setembro de 2004. No terceiro dia as forças de segurança russas entraram na escola e atacaram os sequestradores, que detonaram explosivos e atiraram nos reféns. Totalizando um total de 386 mortos e 700 feridos. (fonte: http://lista10.org/diversos/os-10-piores-massacres-em-escolas/)

Para não irmos muito longe...
Em 7 de abril de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, matando doze deles, com idade entre 13 e 16 anos. Oliveira foi interceptado por policiais, cometendo suicídio.

Para falar o mínimo... estupros, terrorismo, assassinato, tráfico de drogas e de pessoas, pedofilia, e tantas outras mazelas... e isso que está expresso acima, ainda não aconteceu no período da tribulação, mas em nossos dias... tudo isso, realizado pela ação de seres humanos atormentados por espíritos malignos.... (sem palavras.....)

“Tinham cabelos como cabelos de mulheres...” Ap 9:8

            O termo cabelos de mulher não remete a mulher como sinônimo de impureza, paganismo ou qualquer outra coisa, mas tão somente a sensualidade... Antes que alguém me taque um dúzia de pedras...
            Para os hebreus havia um item de vestuário feminino muito importante: o véu. Somente as judias usavam véu corriqueiramente, a santidade de uma mulher (para os judeus) nos tempos bíblicos, estava relacionado ao uso do véu, isso mostrava que aquela que o usava, pertencia a linhagem de Israel e não usa-lo significava ou que a mulher não era Israelita (era romana... egípcia....grega... era de outra nacionalidade) ou poderia significar que ela era uma prostituta (dentre outras características).
            As prostitutas deixavam seus cabelos soltos e adornados e sempre à mostra, pois o seu intento era atrair pela sensualidade os homens para o seu leito.
Mais uma vez note que João não fala de véu... somente de cabelos soltos! Portanto, não está se referindo à santidade e sim a prostituição pagã.
Essas entidades que saem do poço do abismo, tem a característica de seduzir aqueles que não tem o selo de Deus para a prostituição.
Quando falamos de prostituição abrimos um leque muito grande... prostituição cultual, prostituição sexual, adultério, fornicação... assim estará o mundo...
Para (mais um avez) não ir muito longe...
O documentário: Contagem regressiva para o Armagedon, de 1998, diz que a indústria pornográfica mundial, entre sites, publicações, periódicos, prostituição e tantas outras ramificações, fatura mais em dois anos mais do que a indústria bélica.
Naqueles dias as pessoas procurarão preencher o vazio de um grande tormento demoníaco sendo seduzidas para essas coisas... morrendo e se afastando cada vez mais de Deus!

“...e os seus dentes eram como os de leões.” Ap 9:8

            Assim como a característica que mostra a realeza de um rei é a sua coroa, o que mostra o poder devastador de um leão...sem dúvida é o poder de suas presas!
            Sem muitas voltas... o poder desses espíritos malignos é a capacidade de causar danos, mas estamos falando aqui não de qualquer dano... assim como os dentes do grande felino servem para dilacerar a carne de suas vítimas, o poder dos dentes dessas entendidades se refletem no corpo físico...
            Parece um contrassenso, uma vez que já dissemos que os tormentos são espirituais e não físicos... mas note as característica de um tipo de doenças chamada psicossomáticas...
A somatização é a presença de sintomas físicos mas não há doença orgânica.  A causa destes sintomas é emocional. Por exemplo: Na síndrome do pânico a pessoa apresenta sintomas orgânicos idênticos ao ataque do coração, ou à problemas intestinais, mas o médico não detecta cardiopatia alguma em seus exames. Dessa forma, as doenças psicossomáticas apresentam alterações clínicas detectáveis por exames de laboratório, ou seja, o corpo da pessoa apresenta danos físicos. É uma doença orgânica, mas com causa psicológica. Em situações de forte estresse emocional o corpo reage como que “informando” que algo não está bem. (fonte: http://www.marisapsicologa.com.br/doencas-psicossomaticas.html)
O problema não é físico...Mas os reflexos são como dentes de leão que dilaceram a carne!
”Tinham couraças como couraças de ferro...” Ap 9:9

Mais uma vez a referencia a forte couraça de proteção destas criaturas preparadas para a guerra

“e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.” Ap 9:9

Aqui a referência não é mais apenas aos cavalos e a sua força, mas a carros de muitos cavalos. O termo fala de carros de combate introduzido pelos hicsos, egípcios e por conseguinte pelos romanos, da famosa biga.
Se havia poderio em uma unidade de infantaria (homem e armamento), havia mais poder em uma unidade de cavalaria (homem, armamento e cavalo com armadura) e como se não bastasse, mais poder ainda havia em uma unidade de carros de combate (um carro de combate – biga – 1 a 3 homens armados e cavalos com sua armadura).

            Note que estamos falando de uma unidade de carros de combate. Agora imagine uma bateria de carros de combate... além de um poder de choque triplicado sobre a infantaria, tão maior é o impacto psicológico sobre o oponente.
Não é sem razão o terror dos hebreus diante do exército de faraó:

 “...e tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre todos eles.
 ​Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.
 ​E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR.” Ex 14: 7,9,10

            Além do grande impacto psicológico (já discorrido aqui), o ruído do bater das asas destas criaturas chamam a atenção de João, o som estrondoso desses carros, unidos a gritos dos soldados e galopes dos cavalos criam o que João chama de “ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate”.
            Outra característica desses seres do abismo é exatamente o som de um grande alvoroço!
            A junção de tantos mazelas que veem junto com essas criaturas do inferno, trazem a sensação de um grande alvoroço. Note que o som é um misto de todas as coisas que o mundo “desfrutar” por não estar sob o controle de Deus!

“Tinham caudas com ferrões, semelhantes às caudas dos escorpiões; e nas suas caudas estava o seu poder para fazer dano aos homens por cinco meses.” Ap 9:10

            Mais um vez uma síntese da principal função e poder destes sere.... causar dor!

“Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego Apoliom.” Ap 9:11

O versículo 11 encerra, e como se fosse (e é) o fechamento daquilo que foi dito no início do Capítulo 9 dizendo quem é o rei desses seres que estão à solta na Terra.
O nome é apresentado em dois idiomas diferentes: grego e hebraico, significando uma única coisa: DESTRUIDOR.
Esses fatos (o toque da 5ª trombeta) acontecem em paralelo com o derramamento da 5ª taça da ira de Deus (Ap 16: 10,11). Em vista do que já vimos até aqui os versículos não são difíceis de serem entendidos:
“Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam ​e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras.” Ap 16: 10,11

Como observação, mais uma vez,  podemos ver que a morte e a dor expressas aqui não são físicas veja o original da palavra dor/angústias nos versículos 10 e 11:
- Ponos (#G04192) = sentimento de dor , grande problema, angústia (não física)
Ao mesmo tempo que a palavra úlceras do versículo 11 faz referência (aos dentes do leão) que causam danos não apenas psicológicos mas psicossomáticos
- Helkos (#G01668) = ferida, chaga (doenças psicossomáticas)
Durante esse período tribulacional, mesmo diante de tanta dor e sofrimento essas pessoas...
“..não se arrependeram de suas obras.” Ap 16: 11

Que Deus tenha misericórdia de nós!


“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” Is 55:6

Bons estudos!

Fernando e Isabella